Esta semana comeorou-se com festa e entusiasmo os vinte anos da queda do Muro de Berlim, construído em 1961, foi símbolo da divisão do mundo em dois blocos, sendo um dos maiores símbolos da Guerra Fria. Onde o regime Comunista liderado por Moscou opos-se ao regime Capitalista liderado por Washington.
Para muitos teóricos, cientistas políticos a queda do Muro simbolizou o colapso do Mundo Comunista. Era a prova do fracaso de um regime que fora implantado em 1917, como uma alternativa ao Capitalismo. E principalmente entre 1945 e 1989 (período entre o Fim da 2ª Guerra Mundial e a queda da URSS), foi um período crítico, onde por várias vezes o mundo esteve a beira de colapso, com a iminência de uma guerra nuclear. As disputas bélicas, espaciais e de propaganda mascararam a real face desses regimes tão dicotômicos e análogos.
Dicotomicos pela essência, um baseado no Livre Mercado, na liberdade, na competição como fruto das leis naturais da economia, lei do mais forte. Outro tem suas bases na economia Planificada, nas rigidas leis e na falta de liberdade economica.
Análogos nos métodos utilizados para se sobrepor um ao outro. Ambos forjaram sua supremacia em suas áreas de influência, tomando como base uma imposição severa, na força de sua economia ou de seu potencial bélico. Mas você pode, caro leitor, questionar: esse foi o modelo Soviético, Ditatorial. Sim. É verdade, porém os Estados Unidos, comandantes do Capitalismo no Pós-Guerra também usaram os mesmos métodos, talvez até mais além. Veja alguns exemplos: o apoio a golpes de estado e governos ditatoriais em vários países da América Latina, como Brasil, Uruguai, Chile, Guatemala entro outros. A invasão ao vietnã. Para os ianques, democracia e liberdade só nos seu território. Para os seus satélites guerras, desstruição, fome e secção de direitos constitucionais e humanos.
Quando Gorbachetv anunciou o fim da URSS os defensores do Capitalismo anunciaram sua vitória sobre o "nefasto" sistema que tanto assombrou o mundo capitalista. Alguns escreveram que era o fim da história, com se o maniqueísmo Bipolar tivesse deixado de existir.
Veio a tona então um mundo multipolar, alicerçado em modelo neoliberal baseado no enfraquecimento do Estado, teoria do Estado Mínimo, valorização da "Liberdade Econômica.
Foi uma febre, o Capital conseguiu em alguns países implantar reformas sociais significativas que maquiaram os problemas socias crônicos, fazendo com que criasse a sensação de avanço e uma paralisação dos movimentos sociais que perderam seu referencial.
No entanto a hegemonia do Capitalismo Neoliberal, pós queda do Muro de Berlim. Não conseguiu completar sua duas décadas de supremacia. A Crise Econômica que estourou em 2008 trouxe de volta uma velha discussão que parecia ultrapassada. Como resolver as desigualdade vigentes no mundo com a falência do "imbatível" Capital?
Como alinhar crescimento econômico e divisão de renda em um mundo marcado pela concorrência entre nações?
Cabe a nós refletir sobre um novo modelo, capaz de romper os Muros Invisíveis que ficaram. O muro de concreto e arame farpado soçobrou, porém os muros que sustetam a fome, a miséria, a falta de educação, a concentração de renda, os latifundios, os apartheids dos século XXI que fazem crescer as legiões de escravos modernos. Escravizados pela falsa necessidade de consumir cada vez mais e mais, esquecendo o que são e pautando sua vida num corre-corre consumista que os leva ao consumo desenfreado que reproduz as tristes relações de dominação de uma minoria sobre a grande maioria.
Relegando uma imensa massa a condições desumanas, vistos escória que quando não serve de mao-de-obra barata ou de exército de reserva é tratado como um peso a ser carregado.
A solução a esse modelo continua sendo o Socialismo.
Um Socialismo moderno moldado no mundo atual, de olho nos velhos problemas, com visão no século XXI com seus desafios. Observando os erros do chamado "Socialismo Real" e mostrando que esse modelo foi uma experiência errônea, mas que teve seus pontos de avanço, principalmente no atendimento as necessidades básicas da população dos países onde foi implantado.
Construir um mundo pautado na justiça esse é nosso desafio. A baixo os muros invisíveis, que são mais fortes que qualquer concreto.
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